quarta-feira, setembro 19, 2007

Amai o próximo, mas sem abster-se de perfurá-lo o estômago.

Todos os dias quando ligam os regadores no campo aqui do lado, eu consigo me enganar com o barulho.
Sempre ouço a água e pergunto "É chuva?"...
Doce ilusão!
Ah, quem dera que aqui chovesse todos os dias.
Seria tão perfeito, e tão irreal...
Assim como a harmonia entre as pessoas, a boa convivência e a paz.
O amor é sádico?
É, o amor é sádico.

domingo, setembro 09, 2007

Qual a cor do céu?

Sabe, eu gosto de parar em certos lugares e olhar atentamente tudo o que me cerca, até me pegar olhando pra um detalhe ínfimo, que ninguém costuma prestar atenção.
Eu gosto de perceber as variações nas tonalidades das cores que o céu reflete ao decorrer do dia e da noite.
E costumo me perguntar sempre: "Qual a cor do céu?"
Nunca sei a resposta, mas eu gosto quando ele está vermelho.
Ou azul, como na foto.
Me faz lembrar como é engraçado olhar para o mar e o céu, azuis, ao mesmo tempo.
E me dá vontade de deitar e ficar olhando as nuances de cores o dia inteiro.
Ou pra sempre.

sábado, setembro 08, 2007

O que é o amor?

Pergunta complicada essa, que me rendeu o dia inteiro de reflexão...
E conclusão nenhuma.

~

Há tempos - Legião Urbana

Parece cocaína, mas é só tristeza, talvez tua cidade.
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão
E o descompasso e o desperdício herdeiros são
agora da virtude que perdemos.

Há tempos tive um sonho
Não me lembro, não me lembro.

Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso.

Os sonhos vêm e os sonhos vão
O resto é imperfeito.

Disseste que se tua voz tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira.

E há tempos nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
E há tempos são os jovens que adoecem
E há tempos o encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
Só o acaso estende os braços
A quem procura abrigo e proteção.

Meu amor, disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem
Ela disse: Lá em casa tem um poço, mas a água é muito limpa.

quinta-feira, setembro 06, 2007

O Nosso Amor a Gente Inventa

O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver... Não.

Não pode ver
Que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu...

O nosso amor
A gente inventa
Prá se distrair
E quando acaba
A gente pensa
Que ele nunca existiu...

[...]

Você podia ao menos me contar
Uma história romântica...

[...]


Hoje essa música esteve (está) o tempo inteiro na minha cabeça.
Ela é bem significativa, sabe?...
Escutá-la me faz organizar os pensamentos, e talvez seja isso que me deixa de mau humor.
Pois é quando eu vejo o quão desconexas são as idéias que eu tenho tido, que talvez certas coisas não vão dar certo, e que eu nem existo pra algumas pessoas.
Enquanto vivo em vários mundos, de outras.
Mas, como são as pessoas?
Elas são tão adoráveis.
Outras são tão indiferentes.
E aquele demônio que matou uma parte minha?
Ah, ele era imprevisível...
E me enganou por alguns momentos, e levou algo meu.
Pra sempre.
Ou pra sempre não é o bastante?...
Enquanto isso, o desespero vem e acaba comigo.
A loucura.
E a obsessão.
Ah, como isso é bom.
Amo você, desespero.
Só assim sei que vivo da maneira que eu quero viver.
Vivendo daquilo que é intenso.
E a minha parte que morreu?
Ah, ela não me faz mais falta, afinal outra veio e tomou o lugar dela, e a novidade é tão divertida.
Então, vamos pra vida?...

terça-feira, setembro 04, 2007

Sorte de hoje: A beleza em suas variadas formas atrai você

Já ouviu falar naquela história de que os míopes vêem beleza onde não tem?
Ou que aquilo que já é belo, se torna mais ainda?
Se for verdade, como míope, eu não confirmo nem nego.
Afinal, “uso” óculos há cerca de 6 anos.
Herança genética, que eu preferia não ter herdado.
E a idéia de usar óculos sempre me desagradou; por isso eu sempre deixei de usar, mesmo não enxergando bem.
E não há nada mais divertido do que perder o ônibus, encarar estranhos na rua (acreditando serem conhecidos), tropeçar e cair com mais facilidade por aí...
Até que resolvi usar lentes de contato! Mas só resolvi por causa da habilitação, pois o infeliz do médico, que nem olhou pra minha cara, tinha marcado observação de óculos pra mim.
Perfeito!
Fui ao oftalmologista, fiz o teste pra usar as lentes, achei meio incomodo aquele troço nos meus olhos, e o preço não me foi nada agradável.
Mesmo assim resolvi encomendar. E o melhor de tudo: lentes que eu não precisaria tirar todos os dias, mas a cada sete.
Elas ficaram prontas, e eu odiei plenamente usar, e pensei seriamente que elas estavam com defeito ou algo do gênero, pois eu passei a enxergar tudo brilhando e sem foco.
Fora o fato de não conseguir colocá-las em meus olhos sem deixá-los completamente irritados e vermelhos.
Até que me obriguei a usá-las diariamente, e qual foi a surpresa?
Hoje não vivo sem minhas lentes de contato.
Enxergo nada sem elas.
E é tudo mais bonito de se ver, mesmo que tenha um brilho inexplicável.
Um excesso de luz.
E isso tudo não tem nada haver com o que eu pretendia escrever, e só me faz ver como sou enrolada...
Mas então,...
Escolhi usar a “sorte de hoje” do Orkut, em evidência a um fragmento de conversa que tive hoje depois da aula.
Coisa à toa.
Sem nexo.
Conversa de bêbado que não precisou de uma gota de álcool pra se embebedar, sabe?
No caso, “o bêbado” sou eu.
Mas isso não vem ao caso.
Tá, sem enrolar.
Estávamos eu e meu estimado amigo na parada de ônibus após as adoráveis aulas que tivemos em plena tarde de Segunda-Feira.
Tão animador, né?
Observávamos um malabarista usando tochas no outro lado da rua, e em como era bonito de se ver, e em como seria mais lindo ainda se certas coisas acontecessem, mas prefiro não comentá-las.
Quando do nada começo a falar da beleza, e meu amigo de como meu conceito é distorcido.
Enquanto concordávamos de que o belo é relativo.
E eu me perdi de novo, e nem sei o que queria falar aqui, pois não quero usar alguns (muitos) fatos no exemplo, devido ao seu caráter comprometedor...
Resumindo, o mundo é lindo.
Brilhante.
E cheio de luz, que na verdade é poeira do sol.
Expressão que peguei emprestada, sem consentimento, de certo professor, de certa aula de Física.
Larissa! Pára de viajar e vai fazer a lista!
Oh viagem...

segunda-feira, setembro 03, 2007

Loucos e Santos - Oscar Wilde

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

sábado, setembro 01, 2007

PD - Permissão para Destruir

Pra quem não sabe, faz três meses e meio que eu fiz dezoito anos. E faz quase dois meses que tirei a Carteira Nacional de Habilitação, na verdade chamada de Permissão para Dirigir, ou PD, para quem está em seu primeiro ano.
No mesmo dia do meu aniversário, eu e meu pai fomos à auto-escola dar início ao processo de obtenção da minha carteira. Finalmente eu iria poder dirigir.
Eu tinha juntado o dinheiro que seria necessário para pagar tudo, mas meu pai resolveu que me daria de presente de aniversário. Ótimo!
Mas nunca imaginei que tirar a carteira fosse tão burocrático...
Fiz os exames médico e psicotécnico. Por algum milagre eu passei em ambos. O milagre é maior ainda no caso do psicotécnico... Tá bom que eu ocultei alguns fatos. Mas quem vai dizer tudo ali?
A escolinha eu fiz no período noturno, e quase morria de tédio naquela aula chata sobre legislação de trânsito. Nunca peguei o livro pra estudar, fiz algumas anotações no decorrer das aulas pra evitar que eu dormisse, e passei no simulado e na prova mesmo.
Perfeito! Finalmente eu iria pegar as aulas práticas...
Marquei as 15 aulas de tarde, em horários distintos, num Pálio novo e com um instrutor que me ignorava completamente.
Fiz muita merda na rua, só ganhava F (Fraco) na minha avaliação diária, e tava meio receosa de que não iria passar no exame prático.
Até que resolvi que iria passar alguns dias em São Paulo (história pra outro tópico), e como eu iria viajar, tinha que passar na prova, pois se não perderia muito tempo até conseguir fazer a prova novamente.
Paguei mais 8 aulas, e isso até me rendeu um problema, devido ao fato da auto-escola querer cobrar um valor que diferia do que estava no contrato. Briguei e paguei o valor contratual que era a minha referência.
Só falo que nas 23 aulas que peguei, economizei 276 reais, graças à leitura atenciosa que fiz do contrato.
Nesse meio tempo eu mudei do instrutor sério pra uma instrutora muito simpática. E no dia 14 de julho fiz a prova prática.
Esperei cerca de 2 horas e meia pra fazer, pois o meu carro seria um dos últimos do dia. E minha instrutora me deixou como a última do carro, pois segundo ela, eu era a que dirigia melhor.
Tá bom. O primeiro aluno reprovou, o segundo passou, e eu passei também.
Mesmo deixando o carro apagar uma vez no sinal, eu consegui!
E meus examinadores eram muito simpáticos, fiquei amiga deles.
No dia 15 de julho eu viajei pra São Paulo, louca pra levar minha habilitação comigo, mas o correio leva uma semana pra entregar.
Atualmente, eu não tenho tido tempo de dirigir, mas sempre que posso eu dirijo. Apossei-me do carro do meu pai, que agora chamo de meu. Meu carro.
Ontem mesmo, saí pra aula deixando explícito pra minha mãe, que se ela quisesse sair, saísse no carro dela. Pois eu voltaria mais cedo da aula e iria precisar do meu.
É nessa parte que o negócio fica interessante, ontem pela primeira vez eu quase bati o carro!
Confesso até que fiquei um pouco temerosa...
Fechei um cara no balão (sem querer!), e ele além de quase bater em mim, saiu buzinando que nem um louco.
Cheguei lívida no bar para o qual eu estava indo, e lá pedi que alguém dirigisse meu carro até minha casa, mas foram tantas piadinhas tentando descobrir o porquê do meu pedido, que acabei largando todos lá e vim embora sozinha mais cedo.
“Nossa, ela deve ter feito alguma coisa muito errada vindo pra cá, não quer nem ir embora só...”
Mas até foi bom eu não ter contado minha quase primeira batida para quem estava lá, caso contrário eu estaria sendo zoada até agora.
E como tenho que pegar uma rodovia pra chegar a minha casa, vi que não estou dirigindo tão mal...
Mas ainda tenho que melhorar um bocado!
Fazer o quê, né?
Pelo menos eu passei e posso ir treinando até que algum policial resolva cassar minha PD...
E meu carro? Ah, pobre carro.
Por enquanto ele ainda não tem um arranhão.
Por enquanto...
Ah, e hoje acordei de ressaca.
Não alcoólica, pois não bebo tem quase um ano.
Ressaca moral. E um humor não muito bom.
E agora, vou levar minha mãe ali de carro... Ainda bem que ela não sabe das minhas peripécias ontem.