terça-feira, fevereiro 19, 2008

Efeito Colateral

Tão logo, aonde chegamos?
Ao êxtase da descoberta.
“— Eureca!”.
Ao delírio, meus queridos botões...
Ao saber e não saber.
O tudo e o nada.
Convenhamos, qual seria a graça da vida, se não conhecêssemos os encantos da alucinação?
Aquela, tão majestosa e voluptuosa, que pode levar-nos à loucura ou à salvação!
Abençoada seja.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu acho estranhamente prazeroso se perder em alguma coisa. Alguma coisa irreal, ou real demais pra alguém que não seja vc. O Delíro é uma espécie de sonho? Talvez seja também uma peça imaginária de uma realidade desejada. Mas o delírio tem um peso diferente (ou seria leveza?). Eu acho o delírio mais íntimo, mais seu. Como uma história que vc escreve só pra si, uma história com personagens reais e acontecimentos fictícios. Aquele lance de encenar a olhos ausentes. Talvez porque no íntimo todo mundo sabe que viver uma vida não é o bastante. Porque vc precisaria de umas 10 chances pra saber se deveria querer o que vc quer, se deveria escolher o que vc quis. Se a vida é injusta sob esse prisma, o Delírio é a salvação.

Eu acho saber demais um saco, sabe. Deve ser por isso que prefiro me escorar nessa pseudo-burrice. Pensar é vazio, saber é abstrato e eu acho a tábua da lucidez alguém que se entrega aos absurdos de ser o que é, pelo simples fato de ser o que é. Dá pra voltar atrás, por acaso? (...)
Pena que é tão atraente arranhar a superfície do pragmatismo. É aí que a gente se f***. Abstrações infernais. Porque o Delírio vira desejo e o desejo vira ideal e o ideal atingido a gente chama de felicidade. Mas o Delírio nunca vai nos levar lá. Exceto nos sonhos. Exceto na loucura.

Ou não. Eu falo de mim pelos cotovelos. Blá, blá, blá.

Einmal ist keinmal. Uma vez não conta, uma vez é nunca.

Influência? A insustentável leveza do ser.

Por hoje é só, ponto

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